Desastre atingiu 96% do território do estado; foram contabilizadas 184 mortes e 25 pessoas ainda permanecem desaparecidas.
Assolado por uma tragédia climática iniciada em 29 de abril de 2024 e que se estendeu ao longo do mês seguinte, o Rio Grande do Sul recebeu no ano passado R$ 39,3 bilhões em financiamentos aprovados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Na avaliação do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o apoio do Banco, que incluiu também medidas emergenciais para a reconstrução do estado, contribuiu para o crescimento de 4,9% do PIB gaúcho em 2024.
“A atuação do Banco, juntamente com outras ações do governo do presidente Lula, foi decisiva para a expansão da economia do estado”, avaliou Mercadante. “Esse resultado ficou bem acima do crescimento do PIB nacional, que também foi expressivo, de 3,4%, superando todas as previsões dos analistas, do mercado, do boletim Focus [ publicação do Banco Central ], e do FMI”.
De junho de 2024 até 24 de abril deste ano, as medidas emergenciais do BNDES já destinaram R$ 32,4 bilhões à recuperação econômica do Rio Grande do Sul. O valor corresponde a 29% do total destinado pelo governo federal às medidas emergenciais (R$ 111,6 bilhões).
Foram R$ 22,8 bilhões em financiamentos, R$ 4,3 bi milhões em crédito alavancado pela concessão de garantias e R$ 5,3 bilhões em suspensão de pagamentos. Ao todo foram 89.581 operações, sendo 9.992 de crédito, 5.720 de garantias e 73.869 que tiveram os pagamentos suspensos.
A maior parte dos financiamentos atendeu micro, pequenas e médias empresas: R$ 14,2 bilhões aprovados em 9.443 operações, com R$ 10,5 bilhões já desembolsados. Nas 549 operações com grandes empresas, as aprovações somam R$ 8,6 bilhões e os desembolsos chegam a R$ 5,6 bilhões.
Do total de crédito aprovado, R$ 17,5 bilhões foram destinados a capital de giro, R$ 2 bilhões a investimento e reconstrução e R$ 3,2 bilhões à aquisição de máquinas e equipamentos, em 7.077, 127 e 2.788 operações, respectivamente.
Em concessão de garantias, foram consumidos R$ 350,8 milhões, o que representa 68,51% do limite global, de R$ 512 milhões. Já a suspensão de pagamentos beneficiou principalmente os clientes de operações indiretas, em 71.286 operações com juros equalizados, cujas parcelas suspensas somam R$ 4,1 bilhões, e 2.516 sem equalização, no valor total de R$ 353,3 milhões. Também tiveram o pagamento suspenso 67 operações diretas, totalizando R$ 801,8 milhões.
“Aumentamos seis vezes a velocidade de aprovação de crédito para o Rio Grande do Sul”, ressaltou Mercadante. “Os financiamentos do BNDES também viabilizaram a recuperação do Aeroporto Salgado Filho e evitaram que a concessionária de energia repassasse aumentos para toda a economia gaúcha”.
Tragédia O primeiro alerta das enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul foi disparado no dia 29 de abril do ano passado. No dia seguinte, já foram registradas as primeiras cinco mortes provocadas pelas chuvas. Até hoje, foram contabilizadas 184 mortes e 25 pessoas permanecem desaparecidas.
Para enfrentar o desastre, que atingiu 96% do território do estado, foram mobilizadas equipes de resgate. Alguns dos 478 municípios afetados ainda sofrem as consequências da catástrofe.
Desde o início, o BNDES integrou os esforços empreendidos pelo governo federal para apoiar a reconstrução do estado. Por meio do programa BNDES Emergencial para o Rio Grande do Sul, o Banco disponibilizou recursos do Fundo Social (FS), vinculado à Presidência da República, para financiamento direto e indireto a clientes em áreas atingidas, com taxas de até 0,8% ao mês para MPMEs e de 1% para grandes empresas, na modalidade capital de giro, e de até 0,6% nas modalidades de investimento e reconstrução e de máquinas e equipamentos para.
Nessas regiões, o BNDES também suspendeu a amortização dos financiamentos contratados por 12 meses, contados a partir de maio de 2024, prorrogou o prazo dos contratos vigentes por até 12 meses, sem necessidade de elevar a taxa de risco de crédito.
Por meio do programa FGI Peac Crédito Emergencial RS, o Banco ofereceu garantias de até 80% do valor do crédito, que é limitado a R$ 10 milhões por operação. Para facilitar a concessão de financiamentos do BNDES, a Receita Federal prorrogou a validade das certidões fiscais dos contribuintes nas áreas com estado de calamidade pública decretado pelo governo gaúcho.
No dia 4 de junho, o BNDES montou um posto avançado na sede do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRC-RS). Cerca de 30 funcionários se deslocaram do Rio de Janeiro para Porto Alegre com o objetivo de oferecer uma base local para difusão de informações, abordando as condições financeiras, modalidades operacionais e condições para acesso. “A equipe foi ao estado voluntariamente, de carro, porque o aeroporto estava fechado”, lembrou Mercadante. O posto permaneceu em funcionamento até 28.
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